A prática dos chamados esportes de aventura e a realização de eventos voltados a esta modalidade emergem como uma nova opção de lazer e turismo para os moradores da cidade de São Manuel, no interior do Estado de São Paulo. Embora tenha adeptos na cidade que já os praticam há anos, os esportes de aventura atraem cada vez mais aficionados por esta modalidade alternativa que, além dos benefícios da atividade física, propicia o desenvolvimento do turismo local por meio de passeios e competições promovidos em locais que vão desde patrimônios históricos no centro da cidade como em pontos turísticos afastados até então inexplorados pela população.
O empreendedor e presidente da ONG Paraíso, Sandro Ricardo Pugliesi, é um dos principais responsáveis por colocar a iniciativa em prática no município, devido a sua paixão pelos esportes de aventura que já dura há mais de 20 anos. Tudo começou como um hobby, quando se juntava a um grupo de amigos para explorar as cachoeiras que existem em São Manuel e região. “Sempre gostei muito de apreciar a natureza, é um momento em que sinto a adrenalina correr em minhas veias”, argumenta.
Tamanha paixão levou Pugliesi a ir mais além quando decidiu se aprimorar em esportes radicais através cursos ligados à prática de técnicas verticais, mais especificamente o rappel. “Cheguei a gastar mais de 8 mil reais em equipamentos apenas pelo prazer de descer e escalar montanhas e cachoeiras”, lembra.
As visitas feitas aos finais de semana em lugares paradisíacos para a prática do rappel fez com que o empreendedor tivesse a idéia de divulgá-los para a população, em especial aos jovens, que carecem de opções de lazer e entretenimento, fator típico de cidades pequenas do interior. Foi aí que Sandro retomou a prática dos esportes de aventura. “Nunca tive a intenção de ganhar dinheiro com isso e o rappel necessita de grande investimento de tempo e dinheiro para implantá-lo ao público. Mas acho que estou conseguindo alcançar meu objetivo maior que é de fomentar o turismo local”. Veja quais são e os preços dos equipamentos necessários para a prática de rapel e escalada em www.penatrilha.com.br.
Com isso, no ano de 2001, foi realizada a primeira edição do Eco Bike, competição de mountain bike que percorre trilhas em torno da cidade que visa a prática esportiva e a conscientização ecológica. Por três anos seguidos, Sandro promoveu o evento por conta própria, com apoio mínimo do Poder Público, conforme ele mesmo relata: “A primeira edição foi feita meio que na base da ‘raça’ e do improviso, faltou experiência na organização, mas a partir do segundo ano já foi bem legal”.
A partir de 2004, a Prefeitura Municipal assumiu a realização do evento, mas o empreendedor permanece como principal organizador da competição. “Faço na pressão (o Eco Bike), pois se depender da Prefeitura não sai nada, o diretor de esportes (Alfredo Silva) ‘briga’ para não fazer, alegando que não tem verba”, desabafa. No entanto, há um ano foi aprovada uma Lei Municipal que institui o “Dia do Eco Bike”, na qual o evento passa a fazer parte do calendário oficial da cidade. “Agora não têm mais o que falar, virou lei, tem que fazer”, comemora Sandro.
Em sua última edição, o Eco Bike atraiu mais de 100 atletas amadores de São Manuel e região, o que torna a competição reconhecida em todo o Estado.
Atualmente, além do Eco Bike, são realizados passeios ciclísticos na cidade que, segundo Pugliesi, visam promover o turismo rural de São Manuel. Ao todo, são cinco eventos ao longo do ano, intitulados “Pedalada da Primavera”, “Pedalada Ambiental”, “Pedalada da Água Nova (Clube de Campo e Náutica)” – na qual o clube abre as portas para receber os ciclistas, “Pedalada de Inverno” e “Desafio de Pedal do Morro do Serrito”. Vale frisar que não é cobrada taxa de inscrição e os participantes ainda se servem de café da manhã antes da partida e de um churrasco de confraternização ao final do evento. “Infelizmente, o número de adeptos ainda é relativamente baixo, mas aos poucos vem aumentando”.
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Durante os passeios, são feitas paradas em pontos estratégicos para o plantio de mudas de árvores e plantas nativas, feito pelos próprios participantes, o que transmite a prática o caráter ecológico. “É uma semente que estou lançando, encontrando no esporte uma forma de estimular o turismo e a conscientização ambiental da população”, concluiu.
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